Zika Vírus
Zika Vírus – CID: A90
Aspectos Clínicos
A infecção pelo Zika vírus (ZIKV) é aguda e se caracteriza mais frequentemente, por manifestações clínicas brandas e autolimitadas. Por outro lado, o vírus se tornou teratogênico, estando associado a casos graves de malformações congênitas.
Gestantes infectadas, mesmo assintomáticas, podem transmitir o vírus ao feto. Essa forma de transmissão da infecção pode resultar em aborto espontâneo, óbito fetal ou malformações congênitas.
Para mais informações acerca da síndrome congênita associada à infecção pelo vírus Zika, consultar Orientações Integradas de Vigilância e Atenção em Saúde no âmbito da Emergência em Saúde Pública. 2017. Ministério da Saúde/SVS/SAS.
A semelhança de outros flavivirus, o ZIKV também é neurotrópico e no Brasil, sua disseminação tem sido associada a um aumento na incidência de manifestações neurológicas graves como a síndrome de Guillain-Barré (SGB), encefalites, mielites, neurite óptica, entre outras. Essa constatação levou o Ministério da Saúde a implantar, em dezembro de 2015, a Vigilância dos Casos das Manifestações Neurológicas com Histórico de Infecção Viral Prévia e, em 2017, Vigilância das Arboviroses Neuroinvasivas.
IMPORTANTE: Todos os sexos e faixas etárias são igualmente suscetíveis ao vírus Zika, porém mulheres grávidas e pessoas mais velhas têm maiores riscos de desenvolver complicações da doença. Esses riscos aumentam quando a pessoa tem alguma doença crônica, como diabetes e hipertensão, mesmo tratada.
Definições de Caso
Segundo orientação do Ministério da Saúde após a confirmação laboratorial dos primeiros casos de uma área, os demais casos agudos de zika podem ser confirmados por critério clínico-epidemiológico, exceto gestantes, crianças, pacientes com manifestações neurológicas, idoso e óbitos, que devem ocorrer preferencialmente por critério laboratorial.
Agente Etiológico e Transmissão
O vírus zika (ZIKAV) é um RNA vírus do gênero Flavivirus, pertencente à família flaviviridae e, até o momento são conhecidas e descritas duas linhagens: uma africana e uma asiática.
Vetores
O inseto vetor do zika vírus no Brasil é um mosquito da família Culicidae, pertencente ao gênero Aedes, do subgênero Stegomyia, espécie Aedes aegypti.
Período de Incubação e Transmissibilidade
O processo de transmissão das arboviroses compreende um período de incubação intrínseco (PII), que ocorre no ser vivo, e um período de incubação extrínseco (PIE), que acontece no vetor.
O período de incubação intrínseco do vírus Zika é de dois a sete dias, em média. Estima-se que o período de viremia no homem pode perdurar por até o 5º dia do início dos sintomas.
Após o PIE, o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas), sendo capaz de transmitir o vírus para o homem.
Tratamento
Até o momento não há tratamento antiviral específico para tratamento de zika vírus, nem tão pouco guias clínicos para o manejo clinico dos casos.
Para os quadros sintomáticos, aplicam-se as seguintes orientações: repouso relativo, enquanto durar a febre; estímulo a ingestão de líquidos; administração de analgésicos conforme prescrição médica, administração de anti-histamínicos conforme prescrição médica; recomendação ao paciente para que retorne imediatamente ao serviço de saúde, em casos de sensação de formigamento de membros, alteração do nível de consciência (para investigação de quadro neurológico).
Deve-se avaliar e investigar cuidadosamente a sinais de alarme compatíveis com dengue e, se presentes, conduzir como dengue.
Sintomas
Os sintomas mais comuns associados ao vírus Zika são:
Todos os sintomas são de intensidade de leve a moderada.
Imagem: Ministério da Saúde
Diagnóstico
Métodos diretos:
Métodos indiretos:
Diagnóstico Diferencial:
Quanto às ações voltadas para o Aedes, é importante destacar a realização das ações de bloqueio, frente aos primeiros casos suspeitos na localidade, com orientação à comunidade, à aplicação de adulticida e controle de casa a casa no perímetro do local provável de infecção.
Como prevenir
As medidas de prevenção e controle são semelhantes aos da dengue e chikungunya. A melhor forma de prevenção, e a mais eficaz de todas elas, é evitar a proliferação do mosquito Aedes Aegypti, eliminando água armazenada que podem se tornar possíveis criadouros, como em vasos de plantas, lagões de água, pneus, garrafas pláticas, piscinas sem uso e manutenção, e até mesmo em recipientes pequenos, como tampas de garrafas e pratos de plantas.
IMPORTANTE: Atualmente não há vacina disponível contra o Vírus Zika. Por isso, é essencial que a população faça a sua parte. Se cada um agir corretamente e tomar todos os cuidados possíveis diários para evitar criadouros do mosquito Aedes Aegypti, é possível evitar o Zika Vírus, a microcefalia, a febre amarela, a dengue e a chikungunya. Se você agir e fizer sua parte, é possível evitar!
Prevenção domiciliar
Deve-se reduzir o número de mosquitos por meio da eliminação de criadouros, sempre que possível, ou manter os reservatórios e qualquer local que possa acumular água totalmente cobertos com telas/capas, impedindo o acesso das fêmeas grávidas do mosquito Aedes Aegypti. De forma complementar, deve ser realizada a proteção individual com uso de repelentes pela população.
Pode-se utilizar também roupas que minimizem a exposição da pele, proporcionando alguma proteção contra as picadas dos mosquitos, principalmente durante o dia, período que são mais ativos.
Prevenção na comunidade
As ações realizadas pelos programas locais de controle das doenças transmitidas pelo Aedes Aegypti são fundamentais para a prevenção das arboviroses. Estas ações, além de reduzirem o número de mosquitos na comunidade, interferem na probabilidade de um ser humano que está com o vírus circulante em seu sangue (viremia) servir como fonte de alimentação sanguínea e de infecção para Aedes aegypti e Aedes albopictus, levando a transmissão para uma outra pessoa e propagando, assim, a circulação viral na comunidade.
Deve-se ressaltar a importância da atuação ativa de toda a população para se evitar possíveis criadouros em suas residências, escolas e ambientes de trabalho, somando esforços com as atividades de rotinas dos programas municipais e estaduais.
Cuidados - Público em Geral
Cuidados - Gestantes
Cuidados - recém-nascido
Informação
Após o nascimento, o bebê será avaliado pelo profissional de saúde na maternidade. A medição da cabeça do bebê (perímetro cefálico) faz parte dessa avaliação.
Além dos testes de Triagem Neonatal de Rotina (teste de orelhinha, teste do pezinho e teste do olhinho), poderão ser realizados outros exames.
Leve seu bebê a uma Unidade Básica de Saúde para o acompanhamento do crescimento e desenvolvimento conforme o calendário de consulta de puericultura.
Mantenha a vacinação em dia, de acordo com o calendário vacinal da Caderneta da Criança.
Cuidados: recém-nascido com Microcefalia
Além do acompanhamento de rotina na Unidade Básica de Saúde, seu bebê precisa ser encaminhado para a estimulação precoce.
Caso o bebê apresente alterações ou complicações (neurológicas, motoras ou respiratórias, entre outras), o acompanhamento por diferentes especialistas poderá ser necessário, a depender de cada
Zika x Microcefalia
O aumento de casos de microcefalia em bebês, relacionada ao vírus Zika, está preocupando as gestantes. O risco maior foi identificado nos primeiros três meses de gravidez, mas as investigações sobre o tema continuam para esclarecer questões como a transmissão desse agente, a sua atuação no organismo humano, a infecção do feto e período de maior vulnerabilidade para a gestante. Os casos de microcefalia reforçam ainda mais a importância dos cuidados para eliminação do mosquito Aedes Aegypti.