A merenda escolar da rede municipal de ensino de Antonina tem sido abastecida por alimentos provenientes da agricultura familiar. O fornecimento é realizado por meio do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), com compras feitas pela Prefeitura e pela Secretaria Municipal de Educação via licitação.
Atualmente, o programa atende 10 escolas municipais, uma creche e a APAE do município. A cada 15 dias, cerca de 2 toneladas de alimentos são entregues. Os produtos são distribuídos conforme a demanda de cada unidade escolar e incluem frutas, verduras, legumes e produtos derivados, como polpa de frutas e doce de banana.
A secretária municipal de Educação, Simone Medina, afirma que o modelo adotado permite o fornecimento de alimentos de qualidade às escolas.
“A compra da Agricultura Familiar não só fortalece a economia local, mas também assegura a qualidade nutricional dos alimentos oferecidos nas escolas”, disse.
Fornecimento e distribuição
Os alimentos são adquiridos de associações locais de agricultores, entre elas Copasol Cachoeira, Filhos da Terra e Aspran. Maria Aparecida e Valdineia Claudino, agricultoras associadas à Aspran, estão entre as fornecedoras do programa. Elas cultivam produtos como chuchu, berinjela, maracujá, banana, aipim e abóbora seca.
Maria Aparecida afirma que o manejo das plantações segue técnicas específicas para garantir a qualidade dos produtos.
“Cada lavoura tem um processo específico. A cada três meses, ajustamos o tratamento do solo para manter a saúde das plantas. Nossas bananas, por exemplo, são orgânicas e possuem certificação”, disse.
Valdineia Claudino afirma que a agricultura é sua principal fonte de renda.
“Quando cheguei aqui, em 2003, já vivíamos da produção agrícola, e até hoje essa é a nossa principal atividade”, disse.
As entregas dos alimentos às escolas são organizadas semanalmente pelas cooperativas.
Infraestrutura e comercialização
Agricultores relatam que o transporte dos produtos era um dos principais desafios enfrentados no início. Maria Aparecida afirma que a logística melhorou com o apoio da Prefeitura e das cooperativas.
“Antes, o transporte era um grande problema. Agora, conseguimos organizar essa parte e garantir a entrega dos produtos”, disse.
Ela também afirmou que a venda direta para a Secretaria Municipal de Educação permitiu mais estabilidade financeira aos produtores.
“Agora trabalhamos com preço fixo e temos segurança no que vamos vender. Isso nos dá mais ânimo para continuar investindo na produção”, afirmou.
Valdineia Claudino declarou que o fornecimento dos produtos para o programa de merenda tem impacto na geração de emprego e renda na comunidade.
“Esse modelo de fornecimento beneficia não só os agricultores, mas toda a comunidade, que encontra novas oportunidades de trabalho”, disse.
Alimentação escolar
Maria Aparecida afirmou que os alimentos fornecidos às escolas são livres de conservantes.
“Sempre incentivei meus filhos e netos a consumirem o que produzimos. Sabemos que o que vem da nossa roça é mais saudável”, declarou.
Valdineia Claudino relatou que sua família sempre se alimentou de produtos naturais.
“Tenho 43 anos e seis filhos, todos criados no sítio. Nenhum deles teve problemas de saúde relacionados à alimentação, porque sempre consumiram produtos naturais”, disse.
As agricultoras informaram que começaram a participar das licitações da Secretaria Municipal de Educação em 2014. Elas afirmam que a logística de entrega dos alimentos foi facilitada com o apoio da Prefeitura, permitindo a ampliação da comercialização dos produtos.