Febre Chikungunya - CID: A92
Aspectos Clínicos
Chikungunya é uma doença febril cuja característica clinica mais importante e debilitante é a artralgia.
Definições de caso
As infecções por Chikungunya possuem altas taxas de ataque. Estudos mostram que valores podem variar de 75-95%, indicando que um número importante de indivíduos acometidos apresentam manifestações clínicas.
Os sinais e sintomas são clinicamente semelhantes aos da dengue: febre de início agudo, dores articulares e musculares, cefaleia, náusea, fadiga e exantema. A principal manifestação clínica que as difere são as fortes dores nas articulações muitas vezes podem estar acompanhadas de edema.
Após a fase inicial (aguda) com duração de 5 a 14 dias, a doença pode evoluir para a fase pós- aguda, indo até 03 meses e, se os sintomas persistirem por mais de três meses considera-se instalada a fase crônica.
Alguns pacientes podem apresentar formas atípicas e graves da doença, podendo evoluir para óbito pela doença. As formas graves acometem, com maior frequência pacientes com comorbidades, crianças e idosos.
Ao realizar a triagem de risco dos casos suspeitos, o profissional de saúde deve estar atento a identificação de sinais de gravidade, critérios de internação e grupos de risco, bem como ao diagnóstico diferencial de dengue e malária e, na presença de sinais de gravidade, seguir os protocolos específicos para chikungunya e dengue, disponíveis no site do ministério da saúde.
Agente etiológico e transmissão
A febre chikungunya é uma arbovirose causada pelo vírus Chikungunya (CHIKV), da família Togaviridae e do gênero Alphavirus. O vírus chikungunya (CHIKV) possui quatro genótipos: Oeste Africano, Leste-Centro-Sul (ECSA), Asiático e Oceano Índico (IOL). No Brasil, até o momento foram detectadas as linhagens asiática e ECSA.
O vetor envolvido na transmissão do vírus chikungunya (CHIKV) no Brasil é o Aedes aegypti. Mas além da transmissão vetorial, foram descritos transmissão vertical, quase que exclusivamente durante o período de intraparto em gestantes virêmicas, muitas vezes, provocando infecção neonatal grave; e transmissão por via transfusional, rara se os protocolos forem observados.
Vetores e hospedeiros
Os principais hospedeiros do vírus são humanos e primatas não humanos, além de outros vertebrados como roedores, pássaros e pequenos mamíferos (BRASIL, 2016).
Período de incubação e transmissibilidade
O processo de transmissão das arboviroses compreende um período de incubação intrínseco (PII), que ocorre no ser vivo, e um período de incubação extrínseco (PIE), que acontece no vetor. O período de incubação intrínseco do vírus chikungunya pode variar de 1 a 12 dias. O período de viremia no homem pode perdura por até 10 dias e, geralmente, inicia-se dois dias antes do aparecimento dos sintomas. Após o PIE, o mosquito permanece infectante até o final da sua vida (6 a 8 semanas), sendo capaz de transmitir o vírus para o homem.
Diagnóstico
Métodos diretos:
Diagnóstico diferencial
O diagnóstico diferencial de chikungunya é feito com outras doenças febris agudas associadas à artralgia. Na epidemiologia atual, o principal diagnóstico diferencial, durante a fase aguda, é com dengue. Outras doenças que fazem parte são: malária, leptospirose, Febre reumática, Artrite séptica, malária, zika vírus, oropouche, sífilis e doenças autoimunes como lúpus eritematoso sistêmico, entre outras.
Tratamento
Até o momento não há tratamento antiviral específico para chikungunya, a terapia utilizada é analgesia e suporte. É necessário estimular a hidratação oral dos pacientes. A escolha das drogas deve ser feita após a avaliação do paciente, com aplicação de escalas de dor apropriada para cada faixa etária e respectiva fase da doença.
É necessário estar atento à avaliação hemodinâmica para a instituição de terapia de reposição de volumes e do tratamento de complicações. Atenção especial deve ser dada aos casos em que as doenças associadas estejam presentes. A doença de base pode descompensar e contribuir para a ocorrência de óbitos.